sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

CRUP | Ministro avança que “novo modelo de avaliação será feito em estreita ligação com a comunidade científica”

CRUP | Ministro avança que “novo modelo de avaliação será feito em estreita ligação com a comunidade científica”:

CRUP


MINISTRO AVANÇA QUE “NOVO MODELO DE AVALIAÇÃO SERÁ FEITO EM ESTREITA LIGAÇÃO COM A COMUNIDADE CIENTÍFICA”
Correio do Minho   
18 Fevereiro 2016
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, esteve de visita à Universidade do Minho nos últimos dois dias, onde reuniu com o reitor, investigadores e docentes e onde conheceu os seus centros de investigação e trabalho. Antes de ontem se juntar às cerimónias solenes do 42.º aniversário da universidade, o responsável governamental foi conhecer melhor a Escola de Ciências da Saúde e o seu centro de investigação, onde tomou conhecimento do trabalho que desenvolvem e onde avançou que ainda esta semana o governo vai nomear uma comissão de avaliação às bolsas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), garantindo que esta trabalhará “em estreita ligação com as comunidades científicas”. O novo processo de avaliação arranca em 2017.

“Não pode haver políticas públicas sem diálogo com quem faz ciência”, garantiu o ministro à plateia da UMinho que o ouviu no auditório da Escola de Ciências. “Qualquer medida de investimento na ciência passa pelas pessoas que trabalham em ciência”, asseverou.
“Depois do debate público sobre a FCT, vamos abrir agora uma ‘consulta pública’ para modernizar e reformar todo o esquema de intervenção e vamos discuti-lo, em primeira mão, com os coordenadores das unidades de investigação e com os reitores na próxima sexta-feira. Irei formar uma avaliação com calma e moderação e, sobretudo, envolvendo em diálogo muito estreito com a comunidade científica”, garantiu o ministro. 

Depois de ouvir as principais questões que apoquentam os investigadores, bolseiros e docentes da UMinho, o ministro Manuel Heitor, referiu-lhes que uma das principais questões que neste momento momento mais preocupa o governo é precisamente o problema do emprego científico, bem como o rejuvenescimento do corpo docente das universidades, lembrando que esta não é uma questão que se coloca apenas em Portugal, mas um pouco por todo o lado, e que passa por descobrir como se podem melhorar as condições de carreira científica para aqueles que fazem ciência. 

“O problema do emprego científico é um bom novo problema”, afirmou o ministro para a Ciência e Tecnologia, apontando para a necessidade de “alargar a base social de apoio do próprio sistema e criar interfaces, por exemplo, com os centros de investigação, como é o caso dos 3B’s, para assim aumentar o investimento e melhorar a relação com a parte económica e social”.
Os investigadores e bolseiros, sobretudo, insistiram com o ministro para saber se este governo tem novas medidas de apoio à investigação e à contratação. Mas o ministro respondeu que “o desemprego científico não se resolve com uma bolsa. É necessário continuar a alargar as bolsas em formação avançada, para início à investigação, ao doutoramento e pós-doutoramento, mas seria desejável que depois houvesse um contrato de trabalho e o ingresso numa carreira académica ou empresarial. A bolsa é apenas um estímulo ao emprego científico”, disse, lembrando que “as bolsas no país têm sido usadas e (re)usadas devido às dificuldades financeiras de estabelecer contratos e nos últimos anos, e com as medidas de austeridade, tornou-se impossível a contratação”. 

Uma situação que vai ter também uma grande mudança, já que o Orçamento de Estado em discussão “vai libertar as universidades, que vão poder começar a contratar, embora obviamente dentro de um quadro orçamental balizado”, advertiu.

O ministro disse que o grande desidrato que se coloca agora é conseguir cativar o financiamento necessário para a investigação, apontando para um cenário de “maior co-responsabilização” de todos, a qual dependerá também das instituições e dos seus centros de investigação, “porque não há no OE financiamento a 100% que suporte a massa salarial do corpo docente. Uma parte desse apoio é pública e a outra não pode, nem deve ser pública, pois é também uma forma de se manter a autonomia das universidades”.

“UMinho será uma instituição mais responsável e mais transparente”

Na cerimónia oficial que assinalou ontem o 42.º aniversário da Universidade do Minho e que teve como temática a 'Sustentabilidade', o reitor agradeceu ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e ao seu governo por ter aprovado o Decreto-Lei que institucionaliza a passagem da universidade a fundação - uma evolução que para António Cunha tornará a universidade “uma instituição mais responsável e ainda mais transparente”. 

Apesar das dificuldades financeiras, o reitor fez um balanço positivo de 2015, caracterizando-o como “um ano bom para a UMinho, por ter aumentado o número de alunos em formação inicial, o número de estudantes internacionais, bem como no ensino à distância” - que é uma das suas mais recentes apostas. 

“Neste momento o Conselho Geral está empenhado na alteração dos estatutos da universidade para a sua conformação com esta nova realidade”, da qual sairá a nomeação de um Conselho de Curadores da nova instituição. Segundo o reitor, a fundação já estará a funcionar em pleno dentro de dois meses. 

“Estou absolutamente convicto das vantagens que este novo regime trará, como a flexibilidade de gestão e libertação de vários dos ‘espartilhos’ que condicionam a nossa actividade, a criação de um fundo autónomo para suportar investimentos estratégicos da universidade, que iniciará uma nova forma de interagir com a sociedade ou a diminuição muito significativa das situações de precaridade dos investigadores e pessoal não docente - aliás um dos assuntos debatido nas reuniões com o ministro”, disse. 

O ministro da Ciência disse que a passagem da UMinho a fundação foi a sua primeira medida concreta aquando da tomada das suas funções. “Este é um papel inovador em Portugal com vista a reduzir a precaridade, dando-lhe a possibilidade de fazer um quadro próprio para investigação, em que podemos ter, por exemplo, contratos de direito privado”. 

“Este é o primeiro aniversário em sede de um novo estatuto legal da UMinho, que tem agora o estatuto de fundação pública de direito privado - que é também o reconhecimento do trajecto da instituição, do trabalho do reitor António Cunha e da sua equipa e também um desafio enorme para a causa pública para o reforço daquilo que todos queremos que é construir a autonomia das instituições de ensino superior e das universidades em particular”, referiu o ministro Manuel Heitor. “Acredito que esta universidade está apta a mostrar o verdadeiro significado da autonomia, quer no reforço da actividade de investigação, quer na dignificação das carreiras científicas”.

Em jeito de balanço, o reitor da UMinho disse ainda que o ano de 2015 “foi um ano em que aumentou o nosso reconhecimento nacional e internacional, com vários prémios e distinções, mas que ficou marcado pela criação do consórcio UNorte.pt, que agrega as três universidades desta região, pelo reforço da interacção com o INL e pelo reforço da cooperação com países do espaço da língua portuguesa”. 

Mas não só. António Cunha destacou ainda o importante trabalho ao nível do desenvolvimento social e económico em parceria com autarquias, instituições e empresas, como são disso exemplo as parcerias com o Município de Guimarães, no projecto Guimarães Capital Verde Europeia e no já inaugurado Centro de Ciência Viva na zona de Couros e com o Município de Braga, por exemplo com a cedência do Convento de S. Francisco, onde será futuramente instalada a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho ou o programa Qualifica IT, promovido em parceria com a InvestBraga e IEFP, onde actualmente há uma centena de licenciados a reconverter a sua formação superior para a área digital. O projecto em curso com a Bosch Car Multimédia foi outro dos projectos destacados pelo reitor.

Apesar das dificuldades, o reitor apontou as várias melhorias que estão a ser realizadas na instituição, com os investimentos, através do quadro anterior, no valor de cerca de 18 milhões de euros, contemplando projectos como os edifícios do IB-S, em Gualtar e Azurém, o Biotério da Escola de Ciências da Saúde, a nova Biblioteca/Centro de Estudos do campus de Azurém, a construção do novo Arquivo Distrital de Braga.
A cerimónia incluiu a entrega de diplomas, cartas doutorais e prémios de mérito, onde participou o vereador da Câmara de Braga, Miguel Bandeira.

'via Blog this' The Honourable Schoolboy

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