Bolsas para levar alunos do superior para o interior sexta-feira, 21-02-2014 Público |
O Governo está a estudar a criação de um programa de bolsas de mobilidade para estudantes nacionais destinado a convencer jovens da regiões do litoral a irem estudar nas instituições de ensino superior do interior. A medida foi descrita pelo secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, como uma das soluções para levar mais alunos para essas regiões do país, durante um debate sobre o sector organizado pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior (Snesup), ontem, em Castelo Branco. Ferreira Gomes revelou que a possibilidade de criação de um programa de bolsas de mobilidade interna tem vindo a ser discutida com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e deverá ser baseada em ? nanciamentos comunitários. Além do incentivo ? nanceiro, o Governo antecipa a criação de um programa de comunicação que possa ser capaz de divulgar “junto de todas as famílias de Lisboa e do Porto” que há boas instituições de ensino superior em vários pontos do interior, defende o governante. “Nessas regiões, a vida é mais agradável e até se passa menos tempo no metro e no autocarro, ? cando mais tempo para nos divertirmos”, sustentou o secretário de Estado do Ensino Superior, ensaiando os argumentos dessa campanha de divulgação. José Ferreira Gomes recusou, porém, a ideia de que este programa venha a implicar alterações no sistema nacional de acesso ao ensino superior, que possa introduzir algum tipo de discriminação positiva para as instituições de ensino superior. “Não há qualquer intenção de abandonar o sistema de vagas”, sublinha. Este novo programa é visto pelo governante como uma das soluções para os problemas do sector nestas regiões. A falta de alunos foi uma das realidades várias vezes enfatizadas pelos vários participantes do debate sobre as políticas de ensino superior no interior do país. Durante esse encontro, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Joaquim Mourato, classi? cou a medida como “excelente”, Bolsas para levar alunos do superior para o interior mas entende que ela não vai resolver quaisquer problemas sem “outras medidas de discriminação positiva”. O reitor da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro, António Fontainhas Fernandes, também elogia a proposta da tutela, mas lembra que não basta atrair estudantes. “É também preciso ? xá-los e isso só se faz criando emprego”, sustenta, defendendo a criação de programas de competitividade regionais destinados a pequenas e médias empresas. O secretário de Estado reconheceu também a necessidade de defender, em alguns locais, a manutenção de instituições de ensino superior no interior do país. “Ouço que há instituições que estão em di? culdades e que o melhor é esquecê-las, que assim resolvemos os problemas do país e ainda poupamos uns trocos”, confessou. O governante recusa, porém, esse discurso e defende a ideia de que o país ainda tem necessidade de expandir o acesso ao ensino superior. Portugal parece viver com a ideia de que o ensino superior no interior “é um problema para o país”, avalia o presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Sobrinho Teixeira, mas as dez instituições do interior representam apenas 17% da oferta formativa do sector, tanto quanto a nova Universidade de Lisboa, nascida da fusão da Clássica e da Técnica. “Não parece que isso seja um fardo para o país”, sustenta. Já o presidente do Snesup, António Vicente, defende a necessidade de, qualquer que seja o caminho para a reorganização do ensino superior que está a ser preparada, não ser aceitável “um interior com instituições de segunda, sem investigação, nem ciência”. Educação Samuel Silva Programa não implicará alterações no sistema nacional de acesso ao ensino superior José Ferreira Gomes, secretário de Estado do Ensino Superior http://umonline.uminho.pt/uploads/clipping/NOT_114072/5248591252485912.pdf |
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