sábado, 4 de junho de 2011

Entrevistas & N.Clausus




Eis uma opinião e nada consensual, creio. Mas que, igualmente creio, merece ser tida em consideração.

Todos os anos milhares de candidatos ao Esuperior ficam 'de fora'. Por umas centesimas, decimas ou até mais. Podem dizer que tem que ser assim.

Mas tem?

Há dois anos, dei aulas de Fisica-II a alunos de Optometria. Havia quem estivesse lá '5 sur 5'. Ie, the perfect fit. Mas tb havia quem lá estivesse, com médias de entrada razoaveis mas sem sensibilidade ou grande sentido. De estar.

Podem dizer que as aulas não os estimulavam. Podem dizer que se tinham as médias que tinham é porque no Secundário lhe deram classificações que mereciam. Talvez. Não sei. E tb é indelicado levantar suspeitas ao trabalho nas e.secundárias. E também me fui informar e a postura era genérica em outras disciplinas.

Mas havia aluno(a)s de média menos 'vistosas' e que manifestavam um empenho e capacidade bem acima 'daquela' média.

No que me fez considerar se neste e noutros cursos não se poderia, além de classificações de exame e secundário, fazer entrevistas e 'filtrar' candidata(o)s. Por exemplo, dar uma nota na entrevista. E assim depois obter uma nota final de admissão, mediante uma fórmula ponderada (que aliás se usam variantes, ainda sem entrevista, mas possivel, em admissões a 2º ciclo).

Levanta vários problemas, admito.

Um é 'diminuir' peso do que se 'traz' do secundário. Se se admitir como sacrosanto que o que se traz do secundário é intocavel e indiscutivel... mas para isso se fazem exames nacionais, para filtrar possiveis desvios (...Talvez se devesse incluir uma margem minima de desvio entre média de secundário e nota de exame, para poder dar admissão a concurso de candidatura; mas isso também implicaria ameaçar todo um percurso no básico&secundário...).

O outro é a subjectividade intrinseca.

Junte-se que pode igualmente fazer que quem tenha uma nota 'simpática', pode não ser admitido. E alguém algo 'fragilizado socialmente' poder entrar. Eg, alguem com um 12 poder até ter um 14 post-entrevista pois é alguém mesmo apto e com empenho, enquanto alguém 'produzido' ao longo do Basico&Secundário com um 13 poderia ter de esperar. Ie, por vezes alguem com um 12 é bem melhor para certas funções (universitas lex) que alguém com um 13 (secundário dixit).

Acho que poderia ser uma marca de … atenção, cuidado, empenho, dedicação ao ensino oferecido, onde a qualidade é 'primus inter' o resto.


The Honourable Schoolboy

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