The Honourable Schoolboy
RECOMENDAÇÃO DO CONSELHO
de 12 de julho de 2016
relativa ao Programa Nacional de Reformas de Portugal para 2016 e que emite um parecer do
Conselho sobre o Programa de Estabilidade de Portugal para 2016
(2016/C 299/26)
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(12) Apesar dos progressos, as barreiras regulamentares e a reduzida capacidade institucional continuam a dificultar
o crescimento das empresas, a competitividade e o investimento. O sistema judicial de Portugal continua pouco
eficiente, em especial no tratamento dos litígios fiscais. A contratação pública em Portugal é bastante
transparente. Contudo, segundo os dados do portal dos contratos públicos BASE, as entidades adjudicantes em
Portugal recorrem com frequência ao ajuste direto. Assim aconteceu no período de 2013-2015 em 87,3 % dos
contratos públicos que representaram 47 % dos valores contratados. A transparência continua a ser um desafio
no que se refere aos contratos de concessão e às parcerias público-privadas, em especial nas esferas local e
regional. A Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP), que depende do Ministério das Finanças,
controla algumas parcerias público-privadas geridas pela administração central, mas as concessões e as parcerias
público-privadas regionais e locais não estão sujeitas ao seu controlo. As reformas do setor portuário continuam
marcadas por atrasos de execução e obstáculos à entrada de novos operadores. O registo de uma empresa
tornou-se mais fácil, mas o processo de licenciamento continua complexo e os procedimentos administrativos
complexos prejudicam a confiança dos investidores. Persistem os desafios nas formalidades de acesso ao mercado
da construção, na obtenção de licenças de construção e no que se refere à aplicação efetiva de regras de
licenciamento ambiental simplificadas. As barreiras regulamentares em alguns setores dos serviços às empresas
obstam a uma afetação eficiente dos recursos, nomeadamente em matéria de serviços jurídicos. As disposições
que regem os organismos profissionais, em especial as relativas aos respetivos estatutos e regulamentos internos,
são restritivas e dificultam o acesso de pessoas singulares e coletivas às profissões relevantes. Esta situação afeta
particularmente as profissões jurídicas, em que prevalecem, entre outras, restrições em matéria de publicidade e
atividades pluridisciplinares.
(13) Portugal acusa um fraco desempenho na cooperação entre a ciência e as empresas e na comercialização do
conhecimento. São muitos os obstáculos à cooperação entre as universidades e o setor empresarial devido
a barreiras regulamentares e burocráticas, bem como à falta de incentivos à cooperação no sistema universitário.
Esta situação compromete as perspetivas de emprego dos diplomados e obsta à inovação. O lançamento dos
Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) abriu novas oportunidades de cooperação entre os institutos
politécnicos e os agentes económicos regionais, mas os programas universitários continuam afastados do
processo de modernização.
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RECOMENDA QUE Portugal tome medidas em 2016 e 2017 no sentido de:
1. Garantir uma correção sustentável do défice excessivo, de acordo com as decisões ou recomendações relevantes no
âmbito do procedimento relativo aos défices excessivos, adotando para tal as medidas estruturais necessárias e
fazendo uso de todos os ganhos extraordinários para reduzir o défice e a dívida. Seguidamente, atingir um
ajustamento orçamental anual de pelo menos 0,6 % do PIB. Proceder, até fevereiro de 2017, a um profundo reexame
da despesa e reforçar o controlo das despesas, a eficácia em termos de custos e a orçamentação adequada a todos os
níveis da administração pública. Garantir a sustentabilidade de longo prazo do setor da saúde, sem comprometer
o acesso aos cuidados de saúde primários. Tornar o sistema de pensões menos dependente de transferências
orçamentais. Até ao final de 2016, reorientar os planos de reestruturação em curso das empresas públicas.
2. Em consulta com os parceiros sociais, assegurar a coerência do salário mínimo com os objetivos de promoção do
emprego e da competitividade nos diferentes setores.
3. Garantir a ativação efetiva dos desempregados de longa duração e melhorar a coordenação entre os serviços de
emprego e os serviços sociais. Reforçar os incentivos para que as empresas contratem pessoal em regime de contratos
permanentes.
4. Tomar medidas, até outubro de 2016, para facilitar o saneamento dos balanços das instituições de crédito e fazer
frente aos níveis elevados de crédito em risco. Tornar o regime de fiscalidade das empresas menos propício ao
recurso ao endividamento e melhorar o acesso ao financiamento através do mercado de capitais para as start-up e as
pequenas e médias empresas.
5. Reforçar a transparência e a eficiência da contratação pública no que se refere às parcerias público-privadas e às
concessões. Até ao final de 2016, melhorar e acelerar os processos administrativos e de licenciamento, acelerar
a resolução dos litígios fiscais e reduzir as barreiras regulamentares, em especial nos serviços às empresas. Incentivar
a cooperação entre as universidades e o setor empresarial.
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