terça-feira, 15 de maio de 2012

Era uma vez o CD (ou o vinyl). Ou até o mp3. Darwin et al.



cf.

http://umonline.uminho.pt/ModuleLeft.aspx?mdl=~/Modules/Clipping/NoticiaView.ascx&ItemID=63007&Mid=111&lang=pt-PT&pageid=1&tabid=0

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http://umonline.uminho.pt/uploads/clipping/NOT_63007/4178548041785480.pdf

ou em


Processo revolucionário em curso
terça-feira, 15-05-2012
Público
Pedro Lomba

Nem todas as revoluções que vivemos são dolorosas e traumáticas. Algumas trazem extraordinárias novidades. E ainda não sabemos como lidar com elas. Na semana passada, duas das melhores universidades americanas, Harvard e MIT, anunciaram um programa milionário que lhes permitirá ensinar cursos através da Internet leccionados pelos seus melhores professores. Na rede já existem dezenas com acesso rápido e gratuito. O sítio open courses disponibiliza uma série de cursos em quase todas as áreas, com professores e especialistas cotados. O U-Tunes, que também agrega muitas universidades, tem sido um enorme sucesso. Outras universidades começaram igualmente a explorar a Internet para captar clientela. E, mesmo fora deste ensino, o grupo TED, conhecido por organizar apresentações e conferências, abriu há dias um novo canal no YouTube especificamente destinado para professores.
A maior novidade da decisão de Harvard e do MIT está em fazer da Internet, além de uma plataforma de publicidade, um verdadeiro meio de ensino formal. Aqueles que frequentarem os cursos terão direito a diploma e certificado. Seguirão as aulas nos seus computadores; reunirão com professores e tutores no skype; entregarão trabalhos e exames por email. Na prática uma universidade sem fios, funcionando em qualquer parte do mundo, com milhares de alunos que não se conhecem. Sabendo-se que estas universidades americanas, talvez o maior serviço exportador, não brincam em serviço, está em causa nem mais nem menos do que a luta por um público global: sul-americanos, africanos e, sobretudo, asiáticos.
Decerto que na decisão de Harvard só pode ter pesado o incrível sucesso de um curso do filósofo Michael Sandel sobre justiça que, com os seus mais de três milhões de visitas, inaugurou praticamente o género. O programa transformou Sandel num professor-estrela. O homem ensina como quem faz televisão, o que no caso é rigorosamente verdade. Ele está a fazer televisão, excepto que também está a ensinar. E, como se vê, com grande mérito.
Não é possível garantir que os cursos online tenham, de facto, êxito. O ensino depende de relações pessoais, toda uma interacção gerada dentro de uma sala de aula. E receber aulas de Harvard não é a mesma coisa do que estar em Harvard. Muita coisa se irá perder nestas salas virtuais.
Ainda assim, é bastante provável que este seja um processo revolucionário em curso. Imaginem os professores que conseguem captar a atenção de milhões? Passarão eles a ser os mais cobiçados. Imaginem um aluno que pensa: "por que é que hei-de ir para esta ou aquela universidade quando posso ir para Harvard sem sair de Lisboa"?
Numa visão optimista, esta entrada em força na Internet por parte das grandes universidades permitirá expandir ainda mais o seu poder e comercializar os seus serviços.
Numa visão pessimista, isto pode ser para as universidades o equivalente ao que aconteceu à indústria discográfica, aos livros e à imprensa escrita. Em suma: uma revolução. Até as profissões técnicas pode sair atingidas. Quanto mais disponível, facilitado e democratizado estiver o conhecimento necessário para aprender Direito, Engenharia ou outras "ciências", mais a fronteira entre profissionais e não-profissionais ficará esbatida e menos decisiva será a autoridade dos profissionais sobre os leigos. Estamos no princípio. A tecnologia é o triunfo simultâneo do capitalismo e do proletariado. Com isto nem Marx sonhou.



Se a isto juntarmos o recente em http://thehonourableschoolboy.blogspot.pt/2012/05/2022.html, e eu nem concordo mto c\AR,   em que a ultima frase é de reter e carve in stone, eu digo que estou tranquilo:

Tenho aqui alertado contra a sombra da arvore, onde os clickers, 'produtos compactos', usar ppoints 'ad nauseam' , youtubes chez sala de aula, tudo bué de lindo, muita cor, até cheira a baunilha.  Etc etc

Mas ja vai numa de 'too little, too late'.

O futuro competitivo é,  repito, ONLINE learning. Ter oferta neste formato.

Deixem só a couple of UE-univ ou mesmo 2 ou 3 chez Iberia arrancar e vão ver o que acontece a(o)s outro(o)as univs & politec's.

Darwin, meus caros, Darwin. E sem Beagle.

Despachem-se.

Para ontem.

Ou melhor, para o mês passado.



The Honourable Schoolboy

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