quinta-feira, 5 de maio de 2011

Inquéritos, Transumância e outras ‘formações’...




Coloquei no site https://sites.google.com/site/againthehonourableschoolboy/ os inquéritos que estão em uso (recente), para aferir da qualidade do ensino. O contéudo é, essencialmente, o de anteriores.



O que mudou?



Passaram a ser efectuados em formato ‘papel’, sendo depois processados de forma digital/leitura ‘óptica’, enquanto que anteriormente eram integralmente em linha digital.



O ‘anterior’ tinha ‘pro’s’ e ‘con’s’: Por um lado era mais imediato, de fácil processamento (em teoria, pelo menos) e mais barato (parece), mas por outro lado, o(a)s aluno(a)s poderiam fazê-lo ou não, sendo que muitas vezes apenas um número reduzido o fazia. Forçar alguém a responder um inquérito desta natureza seria sempre um erro e teria ainda pior resultados... .



O ‘corrente’ tem também ‘pro’s’ e ‘con’s’: Tem o mesmo conteúdo e contexto e por isso é potencialmente útil (se bem tratado...,  caso contrário ficará aquém de um limiar de boa utilidade); É realizado em sala e por isso garantindo maior adesão/participação [isto é mesmo muito importante para se manterem os tais certificados de qualidade e os $$$$ dos programas que se assinaram c/MCTEs e por causa dos $$$$ que vierem/virão... ], embora possa ser mais dispendioso (será?) e ecologicamente menos ‘feliz’.



Um aspecto que penso não foi acautelado é  como se  operacionalizou o processo (rápido demais a cause dos $$$ e dos prazos de cumprimento relativos aos $$$ ?),  inviabilizando quase que o processo à partida. Eg:  a UC X teve 28 inscritos no 1º semestre. Os inquéritos sobre X foram realizados numa UC Y (!!!) do 2º (!!)  semestre,  com 27 inscritos dos quais só 12 estiveram inscritos na unidade curricular X...; Pior, se as incrições em turnos não estava totalmente feita para efeitos de processamento (rápido demais a cause dos $$$ e dos prazos de cumprimento relativos aos $$$ ?)...



Mas o que me preocupa e incomoda não é muito o que acima são os reparos de ‘con’s’. É que em tempos idos mas recentes também os docentes tinham algo semelhante a fazer. Várias páginas, por vezes havia quem pegasse num régua ou lombada de livro, e dado que se escolhesse a opção ‘média’ do ‘De Acordo’, não tinha que adicionar mais comentários justificativos, assim procedia. Eu vi.  O suporte de papel agora disponibilizado (que já foi aliás empregue em tempos idos, não sendo por isso uma GggrRRaAAnDEEE novidade...) permite esse (ab)uso mas há uma forma de tentar eliminar ou minorar essa situação.



O anúncio da ‘nova’ etapa de inquéritos em papel foi feito tipo ‘fait accompli’, do género que quanto muito, sugestões, só de que em que semana(s) o fazer. O contéudo já estava decidido sem sequer ir a CCD’s (pelo menos a do DF, que eu saiba; Alguém sabe se em outros foi assim?), o que é grave e muito reprovavel, mas tudo muito ‘Laudate domine’, e fica tudo em êxtase ‘iluminado’. Só que, e eu já tinha alertado para uma debilidade (em tempos na comissão para o relatório de auto-avaliação /  EUA, assim como outras reuniões pré-CG e quem lá estava lembrar-se-à) no facto de todas as perguntas/afirmações estarem pela positiva e a forma da grelha de opções ser sempre a mesma, possibilitando o uso de ‘régua’, escolher uma opção e pronto.



Tomemos as seguintes 3 questões 1. ‘O docente é super giro’, 2. ‘o método de avaliação é muita’ nice’, 3. ‘as aulas são bué de boas’; As opções de resposta são (a) ‘Yeah, tá-se bem’, (b) ‘o que dizes, bacano??’ ou (c) ‘nem mais, jamais!’. Corre-se o risco (diminuto, posso aceitar...) de que se a escolha para 1. a 3. fôr a opção (b), ie o simples ‘de acordo’, toca despachar, meu, cena louca no bar do Toi-Moi, ficamos todos a perder. Sei que estou a exagerar. Mas quando estes inqueritos contam para pontos RAD e deles se tenta fazer o melhor, podemos perder todos ...



Por isso é  que acho e lamento que se os inquéritos têm uma boa estrutura (e têm), não se possa ou queira fazer melhor. É que isso é um pouco o retrato da mediania (para não dizer outra coisa...) do País real: Achamos que está bom (e até pode estar) e isso serve de desculpa para não tentar fazer melhor;  Ou pensar se e como se poderia fazer melhor.



Eu gostaria, antes de prosseguir, de saber se CEO’s ou responsáveis de empresas de informática, textil, interface serviços-paciente, etc etc, quisesse e tivesse que competir, se iria ficar com bons inquèritos OU se iria em busca, numa boa acção de liderança, de onde e como melhorar, mesmo que para fases posteriores, esses inquéritos? Mas, por aqui, tudo muito ‘Laudate domine’, jubilo e all that.





Não querendo entrar em áreas de Estatistica /  Funções de correlação etc, imaginem agora as seguintes possibilidades:



O esquema com as perguntas\ opções:



 1. ‘O docente é super giro’, 2. ‘o método de avaliação é muita’ nice’, 3. ‘as aulas são bué de boas’ e (a) ‘Yes, tá-se bem’, (b) ‘o que dizes, bacano??’ ou (c) ‘nem mais, jamais!’



E o esquema com as perguntas\ opções:



1. ‘O docente não é super giro’, 2. ‘o método de avaliação é muita’ nice’, 3. ‘as aulas são bué de chatas’ e com as opções de (a) ‘Yes, tá-se bem’, (b) ‘o que dizes, bacano??’ ou (c) ‘nem mais, jamais!’.



Se calhar não fui muito feliz nas escolhas de texto questões\opções, mas a ideia é que se colocarmos algumas questões na ‘negativa’, então quem responder com consciencia, terá cuidado ao escolher entre ‘Totalmente de acordo’ a ‘totalmente em desacordo’. Tem também uma vantagem: a que permite eliminar por simples tratamanto estatistico quem responda de forma ‘automatica’ a ‘de acordo’ a tudo (pois fará algumas escolhas ... contraditórias). E até permite remover (de certa forma, até certo ponto) quem faça escolhas de ‘punição corporativa’ (como subtilmente um ex-vice-reitor explicou) para deliberadamante punir um docente,  tal que eg 15% de alunos acham os ter prejudicado nas classificações mas os outros 45% de alunos já não, resto ns\nr [c/ os 15% e 45% de entre os que responderam, que podem ser apenas 59% do total de alunos na disciplina...].



Seria melhor para todos.



Por outras palavras, tem-se algo que até nem é mau, para uns até é (muito) bom [aceito], mas podemos tê-lo muito melhor. Mas não se faz. Não se pensa. Não se regista. Não se considera. Ignora-se.





Portugal.




Posso aqui mencionar o JSB’ BWV 112 ‘Der Herr ist mein getreuer Hirt (sim, gente, Bach, ‘di mann’ himself) (http://en.wikipedia.org/wiki/Psalm_23 e http://www.youtube.com/watch?v=zPhjFT9CALE&feature=related )?

The Honourable Schoolboy

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