Coloquei
no site https://sites.google.com/site/againthehonourableschoolboy/ os inquéritos que estão
em uso (recente), para aferir da qualidade do ensino. O contéudo é,
essencialmente, o de anteriores.
O
que mudou?
Passaram
a ser efectuados em formato ‘papel’, sendo depois processados de forma
digital/leitura ‘óptica’, enquanto que anteriormente eram integralmente em linha
digital.
O
‘anterior’ tinha ‘pro’s’ e ‘con’s’: Por um lado era mais imediato, de fácil
processamento (em teoria, pelo menos) e mais barato (parece), mas por outro
lado, o(a)s aluno(a)s poderiam fazê-lo ou não, sendo que muitas vezes apenas um
número reduzido o fazia. Forçar alguém a responder um inquérito desta natureza
seria sempre um erro e teria ainda pior resultados... .
O
‘corrente’ tem também ‘pro’s’ e ‘con’s’: Tem o mesmo conteúdo e contexto e por
isso é potencialmente útil (se bem tratado..., caso contrário ficará aquém de um limiar de boa utilidade); É
realizado em sala e por isso garantindo maior adesão/participação [isto é
mesmo muito importante para se manterem os tais certificados de qualidade e os
$$$$ dos programas que se assinaram c/MCTEs e por causa dos $$$$ que
vierem/virão... ], embora possa ser mais dispendioso (será?) e
ecologicamente menos ‘feliz’.
Um
aspecto que penso não foi acautelado é
como se operacionalizou o
processo (rápido demais a cause dos $$$ e dos prazos de cumprimento
relativos aos $$$ ?), inviabilizando
quase que o processo à partida. Eg: a UC X teve 28 inscritos no 1º
semestre. Os inquéritos sobre X foram realizados numa UC Y (!!!) do 2º (!!) semestre,
com 27 inscritos dos quais só 12 estiveram inscritos na unidade
curricular X...; Pior, se as incrições em turnos não estava totalmente feita
para efeitos de processamento (rápido demais a cause dos $$$ e dos
prazos de cumprimento relativos aos $$$ ?)...
Mas
o que me preocupa e incomoda não é muito o que acima são os reparos de ‘con’s’.
É que em tempos idos mas recentes também os docentes tinham algo semelhante a
fazer. Várias páginas, por vezes havia quem pegasse num régua ou lombada de
livro, e dado que se escolhesse a opção ‘média’ do ‘De Acordo’, não tinha que
adicionar mais comentários justificativos, assim procedia. Eu vi. O suporte de papel agora disponibilizado
(que já foi aliás empregue em tempos idos, não sendo por isso uma
GggrRRaAAnDEEE novidade...) permite esse (ab)uso mas há uma forma de tentar eliminar
ou minorar essa situação.
O
anúncio da ‘nova’ etapa de inquéritos em papel foi feito tipo ‘fait accompli’,
do género que quanto muito, sugestões, só de que em que semana(s) o fazer. O
contéudo já estava decidido sem sequer ir a CCD’s (pelo menos a do DF, que eu
saiba; Alguém sabe se em outros foi assim?), o que é grave e muito reprovavel,
mas tudo muito ‘Laudate domine’, e fica tudo em êxtase ‘iluminado’. Só que, e
eu já tinha alertado para uma debilidade (em tempos na comissão para o
relatório de auto-avaliação / EUA,
assim como outras reuniões pré-CG e quem lá estava lembrar-se-à) no facto de
todas as perguntas/afirmações estarem pela positiva e a forma da grelha de
opções ser sempre a mesma, possibilitando o uso de ‘régua’, escolher uma opção
e pronto.
Tomemos
as seguintes 3 questões 1. ‘O docente é super giro’, 2. ‘o método de avaliação
é muita’ nice’, 3. ‘as aulas são bué de boas’; As opções de resposta são (a)
‘Yeah, tá-se bem’, (b) ‘o que dizes, bacano??’ ou (c) ‘nem mais, jamais!’.
Corre-se o risco (diminuto, posso aceitar...) de que se a escolha para 1. a 3.
fôr a opção (b), ie o simples ‘de acordo’, toca despachar, meu, cena louca
no bar do Toi-Moi, ficamos todos a perder. Sei que estou a exagerar. Mas
quando estes inqueritos contam para pontos RAD e deles se tenta fazer o melhor,
podemos perder todos ...
Por
isso é que acho e lamento que se os
inquéritos têm uma boa estrutura (e têm), não se possa ou queira fazer melhor.
É que isso é um pouco o retrato da mediania (para não dizer outra coisa...) do
País real: Achamos que está bom (e até pode estar) e isso serve de desculpa
para não tentar fazer melhor; Ou pensar
se e como se poderia fazer melhor.
Eu
gostaria, antes de prosseguir, de saber se CEO’s ou responsáveis de empresas de
informática, textil, interface serviços-paciente, etc etc, quisesse e tivesse
que competir, se iria ficar com bons inquèritos OU se iria em busca, numa boa
acção de liderança, de onde e como melhorar, mesmo que para fases posteriores,
esses inquéritos? Mas, por aqui, tudo muito ‘Laudate domine’, jubilo e all
that.
Não
querendo entrar em áreas de Estatistica /
Funções de correlação etc, imaginem agora as seguintes possibilidades:
O
esquema com as perguntas\ opções:
1. ‘O docente é super giro’, 2. ‘o método de
avaliação é muita’ nice’, 3. ‘as aulas são bué de boas’ e (a) ‘Yes, tá-se bem’,
(b) ‘o que dizes, bacano??’ ou (c) ‘nem mais, jamais!’
E
o esquema com as perguntas\ opções:
1.
‘O docente não é super giro’, 2. ‘o método de avaliação é muita’ nice’, 3.
‘as aulas são bué de chatas’ e com as opções de (a) ‘Yes, tá-se bem’,
(b) ‘o que dizes, bacano??’ ou (c) ‘nem mais, jamais!’.
Se
calhar não fui muito feliz nas escolhas de texto questões\opções, mas a ideia é
que se colocarmos algumas questões na ‘negativa’, então quem responder com
consciencia, terá cuidado ao escolher entre ‘Totalmente de acordo’ a
‘totalmente em desacordo’. Tem também uma vantagem: a que permite eliminar por
simples tratamanto estatistico quem responda de forma ‘automatica’ a ‘de acordo’
a tudo (pois fará algumas escolhas ... contraditórias). E até permite remover
(de certa forma, até certo ponto) quem faça escolhas de ‘punição corporativa’
(como subtilmente um ex-vice-reitor explicou) para deliberadamante punir um
docente, tal que eg 15% de alunos acham
os ter prejudicado nas classificações mas os outros 45% de alunos já não, resto
ns\nr [c/ os 15% e 45% de entre os que responderam, que podem ser apenas 59% do
total de alunos na disciplina...].
Seria
melhor para todos.
Por
outras palavras, tem-se algo que até nem é mau, para uns até é (muito) bom
[aceito], mas podemos tê-lo muito melhor. Mas não se faz. Não se pensa. Não se
regista. Não se considera. Ignora-se.
Portugal.
The Honourable Schoolboy
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