sexta-feira, 27 de maio de 2011

O ‘h’, o ‘i’, aquela equação e outra vez com aquela ‘conversa’

 

Há bué de tempo, enfim, nem tanto, tive o infinito previlegio de frequentar aulas de Mecânica Quântica na Faculdade de Ciências, no edificio que foi o Colégio dos Nobres e depois a Escola Politécnica. As aulas eram dadas por quem esteve em Paris e foi frequentador do circulo do famoso fisico Louis de Broglie (o tal!!), tendo feito o doutoramento com ele.  As histórias (algumas já relatadas anos antes numa disciplina fabulosa de nome ‘História das Ideias em Física’, onde as ‘suaves’ névoas do mito (mito??!) e de tentar perceber e fixar na memória cada um daqueles elementos, se tornava um desafio a quem se sentava [nomeadamente nas filas da frente…]  no anfiteatro Valadares) ficaram. Não havia telemoveis com capacidade de filmar nem se deixava ter gravadores na mesa... .

Bom, nas aulas de Mecânica Quântica, de repente lá apareceu, ‘‘…pois, e escrevendo-se então i ache d psi dt ...’’ ‘Ache’? ‘Ash’? ‘Axe’? Por um lado, a lingua Portuguesa permite logo pensar em outras coisas mas era ‘ache’ de ‘h’ em lingua Francesa. Nunca mais me esqueci. Aliás, nunca ouvi um ‘agá’, era sempre ‘ache d psi d qualquer coisa’ (o ‘d’ é a operação de ‘derivada’...).

O ‘h’ é a constante de Planck: 6.6 vezes 10 levantado a –34 Joules vezes segundo. A sua importância é indicada em muitos livros mas eu nunca vi melhor elaboração do que a apresentada no livro do JGFerreira e LSalgueiro, em que o 1º foi meu Professor em Fisica Atómica. Grandes aulas, também. Adorei aquilo.

O ‘i’ é a raiz quadrada de –1. Pois. Eu já em tempos (não muito idos) expliquei por ‘aqui’ (ou tentei e fracassei, arranjando um bilhete para investigar a influência da variação de radiação UV nos hábitos alimentares da zebra castanha quando faz 53ºC no Kalahari...) a importância do ‘i’, aliás via a equação de Euler. Não correu nada bem. Mesmo nada... ; Mas os ‘referees’ deram-me razão: Não se podem transferir distritos ou concelhos do eg Tennesse para a Virginia ou do Michigan para Ohio, sem antes ir ao Senado ou Capitol Hill, tal como x^2 + 1 = 0 NãO tem soluções reais. Não correu bem, nada bem….  A importância do ‘i’ é importância de se pôr o verdadeiro contexto na equação. A do Schrodinguer. O tal. Sem o ‘i’ temos uma equação de difusão (http://www.rpgroup.caltech.edu/~natsirt/aph162/diffusion.pdf). O ‘i’ é colocado para que ‘aquilo faça ondas’ em correspondência com a conservação de energia clássica Newtoniana (sim,  a tal coisa  da energia cinética mais potencial ser sempre o ‘mesmo’, etc etc) via uma correspondencia de operações diferenciais sobre espaços de funções. È uma espécie de tentar dar sentido a algo que não parece fazer lá muito, à partida, tipo conto do Oscar Wilde. Mais uma vez, é importante pôr os pontos nos ‘i’s.

Recentemente, lá veio a conversa da investigação. Que nós somos isto, não somos aquilo, que temos feito assim, etc. E de repente, ‘...só há dois docentes com indice-h igual a 15!’. O indice-h é um elemento métrico que permite, de certa forma e para certas áreas (!), aferir do impacto da investigação (ver em http://en.wikipedia.org/wiki/H-index) . Mas é preciso ter cuidado. Muito. Ou então cf. L. Wittgenstein sobre o que se dizer.  Não se podem comparar áreas como economia ou informática com matemática pura ou algumas de fisica teórica. O J. Nash só teve algum reconhecimento e os tais indices elevados,  após  ter sido ‘re-descoberto’. Por outro lado, o ‘bicHo’ flutua: Podemos ter tido mais, depois menos e agora até bastante bem\melhor. Se calhar daqui a 6 meses vai a 10. E depois varia. E aumenta. Muito ou pouco. Sei lá. É assim. E por outro, tem a ver com citações, publicações e tempo que passa. E.g., se o LHC encontrar a SUSY… . Senão, well, saddle up, lock and load.

Enfim, há que fazer a academia descolar. Cientificamente. Eu percebo  e compreendo. Como? Uma boa obra que conheço sobre liderança (cientifica) e condução de academias (e até me foi citada por um Inglês, entre ‘Port and cheese’) é de um Padre Jesuita, mas é melhor não me pronunciar muito. Por um lado,  é uma obra do … sec. XVII (embora tremedamente actual),  que seria logo rejeitada,  sem as linhas sexy de um frame com ‘Scorecards’ e por outro, receio que me ‘renovem’ a comissão e mandem estudar a influência da temperatura ambiente às 19h17 locais na variação cristalográfica das silicas presentes nas  areias do Gobi e como esta afecta a vida amorosa da formiga cinzenta.  


Em termos de produtividade cientifica, podemos sempre dizer que subimos 5% em um ano, podemos descer outros, podemos subir 10%. Os indicadores, aqui neste rectangulo ‘maritimo’, é que temos resmas de $$$$ via QREN’s. E  que contaRÁ(D) (mesmo para progressões) quantos euros se traz em projectos [Eu nem sei se isso é legal\constitucional (descriminar progressão publica em termos de factores materiais)]: 20 pessoas num QREN com 5 milhões de Euros acumulam (ie pontos)  tanto (ie ‘‘distribuindo entre’’ cada uma) ou mais como uma pobre desgraçada que que tenha um projecto com 1000 euros e tenha daí uma Fields medal (...). Incentivar a excelência na investigação é medi-la com euros? The Lord is my Sheppard, ...

Então, como fazer? Não é assim tão dificil. Como? Nnaahhh! Nem pensem. Mas não tenho problema nenhum em afirmar que há quem faça a diferença, e que consiga que a academia alcance sucesso em 25% menos do tempo que irão pedir para ‘lá’ chegar, talvez até obtendo o dobro ou mais ainda.

Mas, talvez, afinal, não seja nada fácil. Mas é tudo uma questão de Game, Set & Match: Yes, we can.

O quê? Já alguém ‘usou’ esta frase? É dificil ser-se original, criativo, singular, all that and jazz tb, não é?

Fica para um próximo ‘post’.

(um) Adeus (Português) e até ao meu regresso. 

The Honourable Schoolboy

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