Há bué
de tempo, enfim, nem tanto, tive o infinito previlegio de frequentar aulas de
Mecânica Quântica na Faculdade de Ciências, no edificio que foi o Colégio dos
Nobres e depois a Escola Politécnica. As aulas eram dadas por quem esteve em
Paris e foi frequentador do circulo do famoso fisico Louis de Broglie (o
tal!!), tendo feito o doutoramento com ele.
As histórias (algumas já relatadas anos antes numa disciplina
fabulosa de nome ‘História das Ideias em Física’, onde as ‘suaves’ névoas do
mito (mito??!) e de tentar perceber e fixar na memória cada um daqueles
elementos, se tornava um desafio a quem se sentava [nomeadamente nas filas da
frente…] no anfiteatro Valadares)
ficaram. Não havia telemoveis com capacidade de filmar nem se deixava ter
gravadores na mesa... .
Bom, nas
aulas de Mecânica Quântica, de repente lá apareceu, ‘‘…pois, e escrevendo-se
então i ache d psi dt ...’’ ‘Ache’? ‘Ash’? ‘Axe’? Por um lado, a lingua
Portuguesa permite logo pensar em outras coisas mas era ‘ache’ de ‘h’ em lingua
Francesa. Nunca mais me esqueci. Aliás, nunca ouvi um ‘agá’, era sempre ‘ache d
psi d qualquer coisa’ (o ‘d’ é a operação de ‘derivada’...).
O ‘h’ é
a constante de Planck: 6.6 vezes 10 levantado a –34 Joules vezes segundo. A sua
importância é indicada em muitos livros mas eu nunca vi melhor elaboração do
que a apresentada no livro do JGFerreira e LSalgueiro, em que o 1º foi meu
Professor em Fisica Atómica. Grandes aulas, também. Adorei aquilo.
O ‘i’ é
a raiz quadrada de –1. Pois. Eu já em tempos (não muito idos) expliquei por
‘aqui’ (ou tentei e fracassei, arranjando um bilhete para investigar a
influência da variação de radiação UV nos hábitos alimentares da zebra castanha
quando faz 53ºC no Kalahari...) a importância do ‘i’, aliás via a equação
de Euler. Não correu nada bem. Mesmo nada... ; Mas os ‘referees’ deram-me
razão: Não se podem transferir distritos ou concelhos do eg Tennesse para a
Virginia ou do Michigan para Ohio, sem antes ir ao Senado ou Capitol Hill, tal
como x^2 + 1 = 0 NãO tem soluções reais. Não correu bem, nada bem…. A importância do ‘i’ é importância de se pôr
o verdadeiro contexto na equação. A do Schrodinguer. O tal. Sem o ‘i’ temos uma
equação de difusão
(http://www.rpgroup.caltech.edu/~natsirt/aph162/diffusion.pdf). O ‘i’ é
colocado para que ‘aquilo faça ondas’ em correspondência com a conservação de
energia clássica Newtoniana (sim, a tal
coisa da energia cinética mais
potencial ser sempre o ‘mesmo’, etc etc) via uma correspondencia de operações
diferenciais sobre espaços de funções. È uma espécie de tentar dar sentido a
algo que não parece fazer lá muito, à partida, tipo conto do Oscar Wilde. Mais
uma vez, é importante pôr os pontos nos ‘i’s.
Recentemente,
lá veio a conversa da investigação. Que nós somos isto, não somos aquilo, que
temos feito assim, etc. E de repente, ‘...só há dois docentes com indice-h
igual a 15!’. O indice-h é um elemento métrico que permite, de certa forma e
para certas áreas (!), aferir do impacto da investigação (ver em
http://en.wikipedia.org/wiki/H-index) . Mas é preciso ter cuidado. Muito. Ou
então cf. L. Wittgenstein sobre o que se dizer. Não se podem comparar áreas como economia ou informática com
matemática pura ou algumas de fisica teórica. O J. Nash só teve algum
reconhecimento e os tais indices elevados,
após ter sido ‘re-descoberto’.
Por outro lado, o ‘bicHo’
flutua: Podemos ter tido mais, depois menos e agora até bastante bem\melhor. Se
calhar daqui a 6 meses vai a 10. E depois varia. E aumenta. Muito ou pouco. Sei
lá. É assim. E por outro, tem a ver com citações, publicações e tempo que
passa. E.g., se o LHC encontrar a SUSY… . Senão, well, saddle up, lock and
load.
Enfim,
há que fazer a academia descolar. Cientificamente. Eu percebo e compreendo. Como? Uma boa obra que conheço
sobre liderança (cientifica) e condução de academias (e até me foi citada por
um Inglês, entre ‘Port and cheese’) é de um Padre Jesuita, mas é melhor não me
pronunciar muito. Por um lado, é uma
obra do … sec. XVII (embora tremedamente actual), que seria logo rejeitada,
sem as linhas sexy de um frame com ‘Scorecards’ e por outro, receio que
me ‘renovem’ a comissão e mandem estudar a influência da temperatura
ambiente às 19h17 locais na variação cristalográfica das silicas presentes
nas areias do Gobi e como esta afecta a
vida amorosa da formiga cinzenta.
Em
termos de produtividade cientifica, podemos sempre dizer que subimos 5% em um
ano, podemos descer outros, podemos subir 10%. Os indicadores, aqui neste
rectangulo ‘maritimo’, é que temos resmas de $$$$ via QREN’s. E que contaRÁ(D) (mesmo para progressões)
quantos euros se traz em projectos [Eu nem sei se isso é legal\constitucional
(descriminar progressão publica em termos de factores materiais)]: 20 pessoas
num QREN com 5 milhões de Euros acumulam (ie pontos) tanto (ie ‘‘distribuindo entre’’ cada uma) ou mais como uma pobre
desgraçada que que tenha um projecto com 1000 euros e tenha daí uma Fields
medal (...). Incentivar a excelência na investigação é medi-la com euros? The
Lord is my Sheppard, ...
Então,
como fazer? Não é assim tão dificil. Como? Nnaahhh! Nem pensem. Mas não tenho
problema nenhum em afirmar que há quem faça a diferença, e que consiga que a
academia alcance sucesso em 25% menos do tempo que irão pedir para ‘lá’ chegar,
talvez até obtendo o dobro ou mais ainda.
Mas,
talvez, afinal, não seja nada fácil. Mas é tudo uma questão de Game, Set
& Match: Yes, we can.
O quê?
Já alguém ‘usou’ esta frase? É dificil ser-se original, criativo, singular, all
that and jazz tb, não é?
Fica
para um próximo ‘post’.
(um)
Adeus (Português) e até ao meu regresso.
The Honourable Schoolboy
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