terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Emprego científico ou pirâmide insustentável? – Observador

Emprego científico ou pirâmide insustentável? – Observador:



Nb. Recomendo a leitura, é um tema MUITO actual e todos os contributos, sobretudo que tenham uma (i) analise 'espectral' do elementos inseridos no referido DL e (ii) projecção (ou 'propagação') de efeitos a curto mas a medio prazo, é MUITO pertinente.


A contratação dos bolseiros pós-doc como o Governo propõe corresponde a um crescimento exponencial ilimitado de 13% ao ano, mas dizendo que não haverá mais recursos para as instituições científicas.

A situação de muitos bolseiros que se arrastam ao longo de anos e até de decénios com bolsas e contratos a três ou seis anos é injusta, improdutiva e desnecessária. Numa sociedade estabilizada como já é a nossa, o destino maioritário de um doutorado não é a vida académica. O doutoramento é o 3º ciclo da educação superior com vista à realização pessoal do estudante e à satisfação das necessidades da sociedade. Só uma fração irão exercer funções no sistema público de ensino superior e de I&D. Todos sabemos isto e temos de construir um percurso educativo e de inserção pós-doutoramento que tenha em vista esta realidade. Assim acontece na generalidade dos países desenvolvidos; assim vai acontecer entre nós. Infelizmente, não somos o único país onde a inserção de doutorados fora da academia se está a dar a um ritmo mais lento do que a sua graduação com a consequência de uma pressão doentia para o prolongamento de pós-docs ou contratos de trabalho sem perspetivas de permanência.
O rácio docente discente em Portugal é já hoje muito próximo da média da OCDE  (e da UE15) pelo que não é de esperar um crescimento rápido no futuro. Se contabilizarmos todos os doutorados em atividade, muitos departamentos universitários têm rácios próximos dos praticados em Oxford ou Princeton. Temos de dar a alguns destes doutorados que já deram provas da sua competência e competitividade científica internacional as condições para afirmação plena na vida académica. Isto só se consegue com lugares de docente de carreira com a intenção de reforçar o desempenho científico desse departamento. Muitos dos bolseiros atuais com mais de três anos de pós-doc deveriam beneficiar imediatamente de um programa de contratação deste tipo. Isso exige um ajuste do modelo de gestão do sistema científico que tem sido seguido. Mas a estabilização dos investigadores que já deram provas da sua competência exige esse esforço.



Nb. SE me for permitido adicionar, que a EUA, em muitos documentos em  http://www.eua.be/activities-services/cde.aspx apontam no que o autor do texto sugere; Tenho constatado alias como na Holanda, Dinamarca e aqui mais perto Espanha e França, tem efectuada. Excelentes exemplos em Ghent (Belgica) e Pau (França)  - 


  • http://www.eua.be/Libraries/publications-homepage-list/eua_frindoc_leaflet_08_15_web
  • http://www.eua.be/Libraries/publications-homepage-list/Salzburg_II_Recommendations
  • http://www.eua.be/FRINDOC.aspx
  • http://www.eua.be/activities-services/projects/past-projects/research-and-innovation/doctoral-programmes-project.aspx
  • http://www.eua.be/codoc.aspx




'via Blog this' The Honourable Schoolboy

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