quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Escola Doutoral da Universidade de Aveiro (EDUA)




















Jornal Online | Universidade de Aveiro: "Chama-se Escola Doutoral da Universidade de Aveiro (EDUA) e tem uma missão tão clara quanto fundamental: Coordenar todas as atividades do terceiro ciclo de estudos, promover o desenvolvimento de programas doutorais de excelência e a cooperação, nacional e internacional, e lutar pela inserção profissional dos doutorados da academia de Aveiro. Criada em 2012 a EDUA tem hoje ao leme António Teixeira. O coordenador tem uma rota bem definida no horizonte: “Que os 3ºs ciclos sejam uma crescente mais-valia e polo de atração, inovação e visibilidade para a UA como um todo”."

Docente no Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI), António Teixeira licenciou-se e doutorou-se na Universidade de Aveiro (UA) na área da sua paixão, as Telecomunicações. Mas a temática da gestão e qualidade esteve sempre debaixo da sua atenção, tendo feito em 2001 uma pós-graduação em gestão para a qualidade, com a dissertação no contexto de Excelência no Ensino Superior, e ainda, em 2012, um Executive Certificate on Management and Leadership na MIT Sloan School of Management, em Boston (EUA).
O coordenador da EDUA esteve na direção de cursos de mestrado pré Bolonha, do projeto Campus Europae para as engenharias na UA, da comissão de equivalências, da cooordenação pedagógica e da comissão executiva do DETI. Noutro papel, o cientista António Teixeira já publicou cerca de 400 artigos, dos quais mais de 100 em revistas internacionais com revisão por pares, e tem oito patentes. Integrou e liderou diversos projetos nacionais, internacionais e com empresas no âmbito do Instituto de Telecomunicações da UA, unidade de investigação à qual pertence, e onde lidera uma equipa dedicada às redes de acesso e fotónica integrada.
Que projetos tem para a Escola Doutoral da UA?
A Escola Doutoral foi criada com o intuito estratégico de coordenação, promoção da qualidade, interdisciplinaridade e internacionalização ao nível do 3° Ciclo e em coordenação com os órgãos existentes. Assim, assume-se como um facilitador de esforços e catalisador de programas doutorais, sem por isso, interferir na sua autonomia, visando a maximização da sua função, operacionalização e impacto. Para conseguirmos maximizar o resultado deste trabalho vamos essencialmente definir linhas de ação prioritárias: Interfaces; Processos; Avaliação/Qualidade e Resultados/Impacto.
Comecemos pela linha do “Interfaces”. Em que consistirá?
Na linha “Interfaces” iremos promover a aproximação da escola aos estudantes, docentes, coordenadores e demais estruturas, no sentido de termos uma mais exata visão dos requisitos. Ainda neste ponto, e a nível das Unidades de Investigação e Unidades Orgânicas vamos promover a uniformização de informação e seu nível de completude e disponibilidade e adaptação ao contexto e área.
E quanto aos “Processos”?
Na linha “Processos”, vamos derivar e sistematizar os fluxos e processos, no sentido de poder estimar durações e dependências, por forma a proporcionar, se possível, maior fluidez e satisfação dos intervenientes em assuntos relacionados com a Escola e da sua competência.
E na “Avaliação/Qualidade”?
Na “Avaliação/Qualidade” vamos intervir ativamente na criação do manual de qualidade, bem como tentar, em grande proximidade com os atores no processo, ajudar a derivar processos sistemáticos que ajudem a melhorar o 3º ciclo a este nível.
Por fim, o que pretende a Escola com a linha “Resultados e Impacto”
Ao nível dos “Resultados e Impacto” vamos caraterizar as diversas fontes de interação com o mundo exterior e respetivos pontos de valorização priorizando estrategicamente a adaptação às diversas realidades com as quais estamos a interagir. Em mente temos, ainda, e muito claramente, a relação com o tecido social e empresarial como um suporte importante para a sustentabilidade e impacto através da ligação com o nosso produto, o conhecimento e a inovação, bem como o enraizamento da inovação no tecido empresarial regional, nacional e mesmo internacional.
Que resultados quer ver alcançados com estas ações daqui a um ano?
Daqui a um ano gostaria de sentir que há uma fluidez na generalidade dos processos, que temos ferramentas e dados para maximizarmos eficientemente o aproveitamento das nossas mais-valias e recursos, de modo a nos focarmos objetivamente nos resultados, crescimento sustentado da qualidade e do impacto nacional e internacional da UA e da sua Escola Doutoral.
Que papel pode e deve desempenhar a Escola na Universidade de Aveiro?
Para atingir os objetivos de projeção, qualidade e sustentabilidade, a Escola tem que ter um papel proactivo de aceleração a que eu chamo de polarização positiva. Esta polarização positiva, assume que, uma atitude e fluxo satisfatório vão polarizar positivamente todos os atores e processos, resultando numa majoração de valor e atratividade. Vejo-a, à luz da minha formação base, como uma camada de pré-processamento com interfaces bem definidos, que permitem que os interlocutores maximizem as suas funções de ensino, criatividade, invenção, inovação, projeção e impacto. Assim, as nossas primeiras ações passam, como referi, pela sistematização proactiva tendo em consideração a existência e competência desta Escola, que visam permitir uma maior fluidez e, como tal, uma maior satisfação global.
E fora da academia? Qual entende ser a ação da Escola Doutoral?
Com o conjunto de processos sistematizados e com interlocutores satisfeitos podemos facilmente interagir com outras realidades. Das relações interpessoais que os nossos colegas docentes, investigadores, bolseiros e estudantes cultivam e favorecem, devemos construir redes de conhecimento com um esforço que, espero, seja mínimo. Pretende-se que a Escola sirva apenas de acelerador e suporte destas relações, a nível estratégico, processual e de enquadramento, fazendo com que esta rede de conhecimento se torne mais sólida e que o percurso doutoral não seja mitigado por ações, por ventura, desconhecidas de muitos de nós e já disponíveis. Temos, no entanto, que garantir o nosso valor, posicionamento nacional e internacional e respetiva propriedade intelectual tendo como objetivo a valorização e maximização do impacto da UA.
Para além dos cenários tradicionais de colaboração interinstitucional…
… a colaboração com o tecido empresarial e social vai ser uma prioridade, em paralelo com os mecanismos já em funcionamento. Os seus requisitos são específicos e podem traduzir-se em grandes dinâmicas de proximidade com a academia, dinamizando a vertente aplicada da nossa investigação. Pretende-se fazer uma (ou mais) parecerias estratégicas com outras escolas doutorais nacionais e internacionais com vista a concertar a linguagem e objetivos.
Como quantifica e qualifica a formação e a investigação que a UA realiza ao nível do 3º ciclo?
Tendo em mente que cumprimos os requisitos de acreditação externos, como A3ES, e que somos bastante zelosos no que fazemos, é, para mim, evidente que temos uma oferta bastante sólida e diversificada, podendo certamente satisfazer a maioria dos requisitos de formação avançada existentes atualmente no contexto nacional e internacional. Este modelo de existência tem-nos trazido, em muitas áreas, a capacidade de exportação com grande valor acrescentado ao nível da projeção e impacto. Atualmente, temos diversos cursos que apresentam grandes níveis de dinâmica e uma grande atratividade internacional, sendo que, grande parte dos seus estudantes anualmente são internacionais.
Factos que devem orgulhar a UA…
Temos que nos orgulhar e fazer da nossa qualidade uma bandeira, pois estamos suportados em Unidades de Investigação de elevada craveira, nível de infraestrutura e reconhecimento internacional. Este é um ponto muito interessante, pois a maioria dos visitantes externos é unívoco na opinião que forma quando as visita. Com esta base estrutural, e de recursos humanos de grande valor, temos tudo para conseguirmos fazer um pacote muito vendável nacional e internacionalmente na UA. Neste contexto, qualifico a formação de 3º ciclo na UA, como uma formação de alto nível e com um potencial enorme do ponto de vista da atratividade. No entanto, é certo que terá certamente que ser polida a aproximação que se fez ao processo de Bolonha no 3º ciclo, para que a flexibilidade necessária e a compatibilização com os diversos cenários seja mais viável e simples.
A que estado prevê que a UA possa chegar a médio e longo prazo?
Eu vejo a nossa academia cada vez mais alicerçada nas unidades de investigação de alta qualidade, que temos à disposição e que, acredito, vamos consolidar nos próximos anos devido ao nosso enorme potencial humano. Isto irá acontecer, acredito, mesmo considerando o contexto socioeconómico em que nos enquadramos. Daí, o crescente entrosamento das unidades de investigação com o processo de ensino aprendizagem em todos os ciclos, especialmente o 3º, que permita a dinamização dos produtos de investigação e desenvolvimento gerados e a aproximação empresarial e social a polos estratégicos (e.g. CPLP e outros), de uma forma transversal às áreas científicas e crescentemente mais adaptados aos principais desafios societais, são, na minha opinião, as ferramentas para que se atinjam de forma consistente os objetivos de uma UA ainda melhor.
Com as ideias que temos em mente, uma academia valorizada, penso que a Escola Doutoral poderá ajudar a que, no médio longo prazo, os 3ºs ciclos sejam uma crescente mais-valia e polo de atração, inovação e visibilidade para a UA como um todo.

'via Blog this' The Honourable Schoolboy

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