segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Mitos do ensino superior internacional

The Honourable Schoolboy


http://umonline.uminho.pt/ModuleLeft.aspx?mdl=~/Modules/Clipping/NoticiaView.ascx&ItemID=114286&Mid=118&lang=pt-PT&pageid=73&tabid=13


http://umonline.uminho.pt/uploads/clipping/NOT_114286/5253030752530307.pdf


Mitos do ensino superior internacional
segunda-feira, 24-02-2014
Diário Económico / Emprego & Universidades
OPINIÃO

Mitos do ensino superior internacional
MIGUEL COPETTO
Investigador

O debate sobre a internacionalização do ensino superior português tem revelado grande magreza intelectual. Mesmo a recente aprovação do estatuto do estudante internacional não decorre de uma política sustentada de internacionalização, mas por “força das circunstâncias”.
Por este motivo, é pertinente recordar alguns equívocos a partir dos cinco mitos enunciados por Jane Knight (2011:14), publicado no Boston CollegeCenter for International Education. Assim:
1. A ideia de que quantos mais estudantes estrangeiros estiverem na universidade mais esta se torna internacional é mito antigo. A ausência de políticas de integração pode gerar problemas ligados à marginalização dos estudantes e, não poucas vezes, a uma relação pouco aprofundada com o país anfitrião. Por outro lado, a sede de “internacionalização” pode servir para mascarar outras motivações, como a mera obtenção de receitas ou posições em rankings de universidades.
2. A suposição de que quanto mais internacional for a instituição mais qualidade e reputação tem, depende. Tal não acontece, nomeadamente, quando na metodologia de admissão dos estudantes e/ou, posteriormente, na concessão de diplomas, as regras internas não seguirem elevados padrões de qualidade.
3. A crença de que quantos mais acordos internacionais existirem, mais prestígio e atractividade internacional terá, é ilusório. A prática revela que muitas listas de parcerias raramente reflectem compromissos académicos efectivamente produtivos.
4. A pressuposição de que quanto mais acreditações internacionais tiverem mais internacional a universidade é, nem sempre corresponde à verdade. Algumas agências de garantia de qualidade (especialmente dos EUA), como outros organismos “acreditadores”, apesar de mundialmente populares, nem sempre as suas validações internacionais reflectem a competência ou o valor das actividades de ensino/aprendizagem, investigação ou prestação de serviços à comunidade.
5. O mito de que um plano de marketing de uma instituição pode equivaler a um plano de internacionalização. Ora, enquanto aquele espelha um exercício para promoção da marca, este ilustra a dimensão internacional e intercultural no ensino, na pesquisa e em todos os serviços da universidade. Os mitos e equívocos enunciados não se aplicam a todas as instituições nem a todos os países, dependendo, naturalmente, do projecto educativo, grau de maturidade e cultura internacional. ¦

Sem comentários: