terça-feira, 15 de maio de 2012

80%, 1\2, 33.33333, .... (parte II)

Cf em

http://umonline.uminho.pt/ModuleLeft.aspx?mdl=~/Modules/Clipping/NoticiaView.ascx&ItemID=63011&Mid=111&lang=pt-PT&pageid=1&tabid=0

ou em

http://umonline.uminho.pt/uploads/clipping/NOT_63011/4178562041785620.pdf

ou


Um terço das escolas superiores preenche menos de metade das vagas
terça-feira, 15-05-2012
Jornal de Negócios
Os politécnicos são as instituições menos procuradas. Lisboa, Porto e Coimbra são os distritos com mais procura, mas em Lisboa há uma universidade pública com mais oferta do que procura: a Clássica.

Marlene Carriço

Em 80% das áreas de estudo disponíveis na rede pública de ensino superior a procura registada é inferior ao número de vagas disponibilizado. A situação é particularmente grave em 28% das 156 instituições públicas do ensino superior existentes, onde, na primeira fase do concurso deste ano, ficaram por preencher mais de metade das vagas disponíveis.
As conclusões constam do estudo da caracterização da rede do ensino superior, encomendado pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior e que deverá servir de base às decisões da racionalização da rede.
"A evolução recente do sistema de ensino superior em Portugal, processou-se face a uma quase ausência de regulamentação eficaz por parte do Estado, do que resultou a criação de uma rede de ensino que necessita de racionalização, em particular numa situação em que o número de candidaturas dos alunos tradicionais mostra tendência a diminuir", lê-se no estudo a que o Negócios teve acesso. Prova disso são os números da primeira fase do concurso deste ano: 46 642 alunos concorreram a 53 500 vagas.
Há em Portugal 121 instituições, entre público e privado, desdobradas em 338 unidades orgânicas, sendo que o ensino público disponibiliza 74% dos ciclos de ensino, 66% das vagas e 77% dos estudantes. A oferta formativa está espalhada em, pelo menos, todas as cidades sedes de distrito, ainda que a maior concentração esteja em Lisboa e no Porto. A universidade do Porto é de resto a maior, no que respeita a vagas e candidatos, por não ter concorrência. Já em Lisboa, das quatro universidades públicas, há uma em que não houve alunos para preencher todas as vagas: a Clássica. Esta universidade está, neste momento, em processo de fusão com a Técnica.

Metade dos politécnicos em situação "muito problemática"
Os autores do estudo dizem que há "uma dispersão territorial maior do que seria de esperar". As universidades públicas encontram-se em 11 localizações e os politécnicos públicos e respectivos pólos ou extensões em mais de 20 localizações. E o problema é que "existem alguns pequenos núcleos urbanos com ensino superior, com uma dimensão populacional, um perfil funcional de comércio e serviços à população e uma base económica que poderá não assegurar a eficiência e sustentabilidade necessárias às respectivas instituições neles localizadas". Viana do Castelo, Viseu, Portalegre, Santarém e Guarda são os distritos com menos capacidade de atrair estudantes.
E são os politécnicos que saem mais afectados. Cerca de 50 das 94 unidades orgânicas, pertencentes ao ensino politécnico público, estão numa situação que os autores caracterizam de "muito problemática", devido à pouca atractividade.
O desajustamento da oferta não é apenas geográfico. Em relação às áreas de estudo, também há desequilíbrios graves. Das 71 áreas analisadas, 80% estão sobredimensionadas.
Esta realidade verifica-se mesmo depois de, nos últimos anos, se ter vindo a reestruturar a rede. Desde 2009 foram extintos 1221 ciclos de estudo.

Economia e Medicina são os cursos que mais fazem correr os alunos

A maioria dos alunos ainda opta por estudar perto da sua área de residência, mas, no ano lectivo passado, 40% já optou por candidatar-se a outro distrito. Lisboa, Porto e Coimbra estão, sem surpresa, no topo das preferências e são os cursos de Economia e Medicina que fazem os alunos percorrer mais quilómetros.
A maioria dos alunos ainda opta por estudar perto da sua área de residência, mas, no ano lectivo passado, 40% já optou por candidatar-se a outro distrito. Lisboa, Porto e Coimbra estão, sem surpresa, no topo das preferências e são os cursos de Economia e Medicina que fazem os alunos percorrer mais quilómetros.
São seis os distritos que apresentam um saldo positivo, com um maior número de candidatos a quererem entrar, mais do que a quererem sair: Lisboa, Coimbra, Porto, Castelo Branco, Évora e Vila Real. Dos 17 055 alunos que concorreram para fora do seu distrito, 30% escolheu Lisboa, 18% o Porto e 15% a Coimbra.
Os autores do estudo dizem que "há, de forma clara, uma relação directa entre o número de candidatos de fora do distrito com a oferta do mesmo, considerando o total de cursos oferecidos". Esta polarização deve-se, sobretudo, ao facto de os estudantes "preferirem as universidades em relação a institutos politécnicos" (localizados sobretudo no interior); e aos critérios de reconhecimento e prestígio associados aos grandes centros urbanos.
Lisboa, além da dimensão, tem ainda a vantagem de ter a maior oferta: quatro universidades públicas, um instituto politécnico e três escolas superiores públicas.
Mas os alunos não percorrem quilómetros atrás de qualquer curso. Economia, Medicina, Arquitectura e Urbanismo, Formação de Professores do Ensino Básico, Enfermagem, Biologia e Bioquímica, Ciências Veterinárias e Gestão e Administração são as áreas de estudo com maior capacidade de mobilização dos estudantes, "devido ao prestígio e à oferta limitada". 




The Honourable Schoolboy

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