…......
É latim. Não
que eu saiba muito. Ou pouco. Qse nada, really. Mas acho que quer
dizer, ‘olha ao que eu faço, não ao que eu digo’. Ou escrevo. E
se isto é o a=>b, então entre as nossas univs [a maior parte
(talvez)], numa ‘magister tunae’, temos uma espécie do ‘não
olhe ao que eu deveria fazer como exemplo, tome antes notas do que
lhe estou a dizer p\fazer’… .
Eu
já explico. Tem a ver com estas ''pressões de Bolonha''. A bem e
amén. Perdoem citar Colbert, no seu famoso ‘pro
rege saepe, pro patria semper’.
Deixem-me
recuar uma boa dezena de anos para ir buscar um exemplo bem prático.
Foi
uma 'tareia'. Mas esperada. Bom, talvez seja melhor explicar;
Explicar melhor. Foi numa Festa do Avante, se RAM/ROM
is still in (good\satisfactory) operating mode,
quando era na Ajuda.
Era
mais acessivel, em termos de transporte. Mais perto. E tambem tinha
uma tenda de livros da editora MIR, onde se compravam livros a preços
de US $1, desde o Smirnov em Analise Matemática até aos volumes
todos do L&L (ou L^2) ie o Landau e Lifchitz, assim como muitos
outros. De encher mochilas e vir a para casa a contar
quantos cm
ainda faltam até chegar... .
Bom, mas essa
não foi a 'tareia'.
Foi com o
Karpov. Anatoli. O tal do Korchnoi. Xadrez. Barra pesada.
O
esquema ou programa era o AK (campeão do Mundo) jogar uma série de
simultâneas (ie, em vários tabuleiros ao mesmo tempo, um jogador
contra vários), usando relógio de competição e num esquema de
semi-rápidas (cada jogador com 30m para fazer eg, 20 ou 45 lances;
[as rapidas são de 5 min cada jogador, um jogo de campeonato é de
1h ou 1h30 para eg 45 lances ou por aí]); Notar que cada
vez que se está a pensar e é a nossa vez de jogar, o relógio
tic-tac
para nós, mas não para o oponente (e v.v.). Quem já jogou em
campeonatos federados sabe do que falo.
O AK tinha
então numa 1ª fase da 'competição-demonstração' de jogar com
100 ou 200 tabuleiros. Os 10 melhores ie, que lhe ganhassem (ninguem
conseguiu...), empatessem ou aguentassem mais tempo, iriam à
'final', também em simultaneas e por mesma 'carga horaria'.
Foi
uma 'tareia'. O AK cilindrou sem grande esforço na 1ª fase os 100
ou 200. Incrivel. Impressionante. Eu era ainda 'jovem' e foi então
que me apercebi do que era alguém que é capaz de fazer algo, em
competição, p\vencer, o 'striking
move,
se
e quando fôr preciso.
Só mais tarde quando o R. Feynman esteve cá me apercebi dessa
diferença de novo. Mais tarde, noutras ocasiões, tembém, com
outros.
Mas voltemos a
essa 'tareia' e como nos pode elucidar. O que foi realmente
interessante foi comparar os lances e as aberturas (de jogos), linhas
seguidas pelo AK naquela 1ª fase. Todos tomaram notas, quem não
iria querer preservar e guardar um registo dos lances com o AK? O AK
jogava de 'olhos (bem) fechados': ie, abria de uma forma que
condicionava o jogo dos 100 ou 200, de um modo formatado, e depois
mantinha o jogo. Isso não era mau, nem é uma critica: ele
simplesmente tinha uma lista de sequencias para certas aberturas e
posições. E tinha certamente para muitas outras. Jogar assim com
100, 200 ou com 1. E ''cilindrou''. Na realidade, os jogos da 1ª
fase tinham padrões semelhantes, aqui e ali, daí que foi um passeio
para ele mas todos aprenderam imenso pois os 'golpes' para virar os
jogos eram superiores.
O
mais interessante foi na 2a fase. O AK podia ter feito de forma
semelhante: abertura 'em chamas', um lance a ''virar'', padrão X
ou Y
ou P
ou R,
escolher; Depois ...'tareia'; Game,
set & match.
Mas não. Sendo 10 jogos e tendo mais tempo (não tinha que correr
entre tabuleiros, para ganhar em cada um, a fazer jogadas,
controlando, usando um ou dois padrões, para controlar 100 ou 200
jogos simultâneos), o AK … deixou correr. Ie, tentou, investindo,
dar mais liberdade e interactividade (que dez tabuleiros apenas em
simultaneo permitem) aos oponentes. Quem sabe, um ou outro podiam
fazer um lance que ele nunca teria pensado ou ainda
tentado, e assim ele podia experimentar algo (não convem fazer
'blind date' num jogo para o titulo....). Os jogos foram muito
diversos.
Onde é que
entra Bolonha?
Já aborrece a
forma 'monocromática' como o suposto 'ensino centrado no aluno' é
''recomendado'', que tem que ser diferente, etc etc.
Seja pois
seguir um esquema de jogos e fases como o AK. Ou comparar o que será
dar aulas a 10 ou a 100 ou 200.
Eu estou à
vontade.
Dei EF-1 a
(cerca de) 10 alunos de QI e tambem em separado a alunos de BT e BQ
(~40 a 50 alunos cada). No 1º caso tinha 8 semanas, e a materia em 4
'blocos' (1 turno T 2h, 1 turno TP 2h), no 2º caso, 16 semanas,
2turnos T 2h, 3 turnos TP 2h, cada. Os conteudos os mesmos
e metodos de avaliação os mesmos ou quase...: em QI podia fazer
mais testes: 10 alunos numa sala, (MUITO [!!] mais) fácil de
operacionalizar, logistica idem. A maior diferença para mim (mas
convido todos os alunos a 'share their own thoughts and criticisms')
foi que com 10 eu podia ir de carteira em carteira, com calma,
explicar em detalhe, parando, prosseguindo, conforme (quase) cada um.
Com Bq ou Bt, eu nunca pude ou poderia. Fazer o mesmo. Fiz o
'quase', ie, apontando ao mesmo estado 'asymptotic' e esticando ao
max onde podia, mas não era nem foi o mesmo.
Uma
nota antes de prosseguir: O ensino em ''blocos'', podendo ter
vantagens, tem riscos; Estes alunos poderão ser, como eu ouvi, os
alunos da geração … TGV. Tudo rapido p\lá se chegar. O TGV per
se
não é mau: eu já andei nele várias vezes, idem nos equiv da DBahn
ou nos well known bullet train no Japão. É preciso é ter os
recursos e meios adequados para os implementar, fully. As linhas
todas, estações, etc etc etc. Ie, recur$o$ H'$, materiai$, plenty,
apropriado$.
Dar
aulas 'centradas no aluno' a 10 ou 100, not the same. Likewise,
qq outra actividade eg lab, e-learning, assessement, feedback,
whatever.
Uma coisa é
uma série de simultaneas a 10 e outra uma de 100 ou 200, onde tem
que haver 'jogo' ie 'what you came after'. E 'paid for it'.
Podem
as novas tecnologias 'bridge the gap'? Podem. Mas atenção: as
tecnologias são só ferramentas! Pensar que elas resolvem tudo é
uma armadilha. O importante são as pessoas mas a GRANDE questão é:
as pessoas estão preparadas? É só dizerem-lhes "façam
tutorias" e já está tudo resolvido? Sem um apoio reconhecido
(!), INCLUSÃO efectiva
das pessoas, o processo não será efectivamente
bem sucedido. O efectivamente
significa que os alunos adquirem mais conhecimento e não têm
simplesmente mais ''sucesso'' numa pauta-dixit! E
depende tb do gap.
Podem as novas tec's fazer que 8 semanas de EF-1 para QI sejam como
16 para BT ou BQ? Sinceramente, … podem. Mas o preço a pagar é
duro: ou mais docentes ie mais RH's, ou equipas bem coordenadas e
pre-escolhidas pelo 'head', ou eficiencia de nivel informatico, ou
melhores e mais bem preparados alunos post-secundário, ou maquinas
Nespresso nas salas de aula, ie drive to win. Ie, probably
impossible. Ou
… .
E então se a isto se juntar ressacas, cerveja, festas, 'touradas',
pandegas academicas, etc etc and so forth and so on…, no way. E
depois … temos os pontos RAD'iosos:
Há SERIAMENTE o risco de alguém (ou mais) 'despromover'
o ensino entre as suas causas ...
Então porquê,
isto?
Por
um lado, o ensino tem que ter qualidade. Mais qualidade. Por outro
lado, temos quem espera isso e precise
disso;
De certa forma todos nós, o país, a sociedade. Mas também há
contratos para fazer x
ou y
em m
anos ou d
meses. E também há avaliações, tanto
internamente como externamente, ao ensino e implementação de
'frameworks'; E daí tirar consequências.
Para todos (!), I mean, mesmo todos, mesmo. Ie, 'follow up's',
relatórios (cf.
http://www.dges.mctes.pt/NR/rdonlyres/68435AED-89FC-4F6C-B273-6D32F8E05A2B/3210/UBI_Final_Report.pdf
), agências, certidões de qualidade e 'conformidade', etc, so on
and so forth. Por aí.
Mas porquê
Bolonha?
A
ideia e objectivo são bons. Definir o que se quer oferecer em termos
de formação (e depois como o fazer) para que se tenham mais pessoas
melhor qualificadas em tempos mais curtos do que há 10 ou 20 anos
atrás, ie, cortando em muito de 'material' superfluo e
formar com o essencial, o crucial, 'entrar' mais rapido no mercado de
trabalho. Porquê? Porque a EU não é tão competitiva como China ou
US, Japão, ou até já outras nações emergentes; Ou se
o (ainda) é, mas se não muda de 'caixa de velocidades', it will
loose that
edge.
É um pouco como a F1: a EU ou CEE até tinha um bom motor mas houve
quem arranjasse outro parecido, e melhores toques de
aerodinamica, consumo, suspensões, etc. A EU tem que cortar
caminho, na formação, mantendo ou aumentado se possível a
qualidade, faster. Bolonha é isso. E tem que ser. A ideia e
objectivo são bons.
O que receio é
o que temos tido, temos e poderemos (continuar [ou não] a ter) nas
nossas univs. Quem pede (ou ordena, pior ainda) que 'tem que ser
assim'. Apenas. Do género 'telling to'. Apenas.
Faz
falta um pouco (bastante!) de 'listening to'. Effective
listening. Para se ter effective
teaching and learning.
Imaginem
um bloco de hospital, ie, uma enfermaria (aqui eu estou pouco à
vontade pois só um(a)
verdadeiro(a)
médico(a) poderá responder)
com 3 membros de equipa, ter de atender a 10 pacientes ou 100 ou 200.
Num dia. Pode ser que uma triagem, novas tech’s ajudem,
pré-diagnostico; Algumas análises previas à ‘consulta’, podem
ajudar. Mas entre ter uma observação cuidada de 10 ou 100, far-se-à
sempre (melhor serviço) no caso dos 10, assumido que todos
constituem casos clínicos credíveis e com alguma complexidade,
meritória de cuidados, internamento, tratamento.
Uma
pergunta: Por entre as várias univ's-PT-wise [PT:= Portugal...], não
é verdade que o rácio professor/aluno em medicina é menos de
metade das Ciências e Engenharia?
Pensem bem:
Pedem-nos
(nas variadas PT univ's) um ensino-aprendizagem de qualidade,
inovador, criativo, aberto, receptivo, construtivo, com métodos a
tal conducentes. Mas temos uma effective
leadership, governance, que corresponda efectivamente
a esse pedido?
Eu
vou ser mais claro. Eu sei que sou complicado. Parece. Mas não é. É
que no UK têm
uma
expressão para distinguir o ensino eg ‘Oxbridge’ [e equiv]:
‘face-time with teaching staff’. É um pouco dificil de explicar
mas as aulas práticas,
‘tutorials’ são de 1 ‘staff’ e … 2 a 3 alunos. Por
aí. Indeed. ‘Face-time with teaching staff’. É bem eficiente,
acreditem. E
não envolve fancy high tech. Simply ‘face-time with teaching
staff’.
Claro
que há um ''pre$$o''
a pagar…
Mas se temos
que oferecer um ensino centrado no aluno… high-tech…
Se nos pedem
(ou impõem...) 'ensino centrado' & high-tech-deliverances, um
ensino-aprendizagem de qualidade, inovador, criativo, aberto,
receptivo, construtivo,
então, faço
aqui um apelo e um voto de esperança e confiança, de que
após os ''1ºs
mandatos'' via RJIES / Estatutos, por entre todas as nossas várias
unv's PT-wise, onde muito houve que mudar e adaptar, subsequentemente
muito a aprender, e outro se poderá entretanto ter identificado
para corrigir, talvez, ,
por que não
tomar como objectivo p\012, 013..., que nas nossas univs. …
…
teremos
uma nova governação académica igualmente 'centrada' nos
problemas e fases operacionais de cada um\caso\equipa\tarefa, uma
nova liderança efectivamente de
qualidade, efectivamente inovadora, efectivamente criativa, efectivamente aberta,efectivamente democrática*, efectivamente receptiva, efectivamente construtiva?
Uma (nova) liderança efectiva, tout
court? !
Simplesmente:
Efectiva.
*** ** *** **
***. Sim, sou eu, é o próprio. Ah. Diga...
/%$#$)&&$$
Bem, eu só
queria…
)//&$#%&()//%%#$#(/)%)&/%$
Não é isso,
é antes referir que…
()&%##%)/(=)/(/&$#&%/(//$”$”%/
Ah. Pronto.
Certo. Sim. Sim. Pronto. Está bem. Sim. Sim. Sim. … .. .
Ps.
Tenho recebido criticas ao meu modo de expressão. Que não serve a
este ou aquilo. Que é incongruente ou que eu sou inconsequente. Bom,
eu não quis nada disso. Nem quero. Na realidade, não me incomoda.
Let it be, pois, usus
loquendi.
*
Em termos de (boa qualidade de) informação, transparência,
''ruido'' (tendencionalmente) p\zero, estabilidade e funcionalidade
(institucional e bem precisa), há uma forma de tudo isso assegurar:
Publiquem-se (online, eg) TODAS as actas de TODAS as (sub)unidades
orgânicas, desde, eg, 1-Janeiro-2010, mediante acesso eg intranet.
TODOS poderão ler. TODOS poderão confirmar. TODOS poderão avaliar,
ajuizar: (TOD)As propostas, as deliberações, as audições, as
consultas, as discussões, as dúvidas, as respostas. Just
do it.
The Honourable Schoolboy
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